As Leucemias

O tema dessa primeira postagem, as Leucemias Mieloides Agudas, é de grande interesse no meio laboratorial, pois segundo o INCA, sua incidência tem aumentado na última década e para os próximos anos estima-se um crescimento em torno de 5% de casos/ano.

As leucemias fazem parte das enfermidades sanguíneas com grande impacto na vida do paciente e seus familiares e seu pronto diagnóstico é fundamental para o êxito do tratamento. Atualmente a confirmação do diagnóstico das leucemias é complexa, pois utiliza técnicas de imunofenotipagem, biologia molecular e citogenética para classificar seus sub tipos, determinar seu prognóstico e melhor tratamento. Porém, o exame do sangue periférico ao microscópio, o hemograma, ainda é parte essencial dos primeiros passos para o encaminhamento do paciente ao centro de referencia.

O hemograma, um dos exames de rotina mais requisitados pelos médicos, é um exame com uma relação custo/benefício altamente favorável e atualmente, com o uso dos contadores automáticos de células, tem grande precisão e pode ser executado em um curto intervalo de tempo. Os parâmetros numéricos obtidos nos informam sobre a função da medula óssea, se todas as linhagens celulares estão produzindo um número suficiente de células maduras e se os processos de multiplicação, diferenciação e aquisição de funções específicas está ocorrendo de forma adequada em todas as linhagens. Assim, os aspectos quantitativos somados à análise morfológica e ao conhecimento teórico da hematopoiese, são de grande auxílio diagnóstico em diferentes situações clínicas e fornecem subsídios para possíveis alterações da medula óssea.

A enfermidade conhecida como leucemia engloba um grupo de doenças com origem na medula óssea que, na maioria dos casos, invade o sangue periférico, tornando o hemograma um exame primordial para o diagnóstico e acompanhamento do tratamento.   Numa classificação mais didática, elas são divididas entre leucemias crônicas e agudas, conforme o tempo de evolução e entre mieloides e linfoides conforme o tipo celular.

Dentro do grupo das leucemias agudas escolhemos para uma primeira abordagem a leucemia aguda de origem mieloide com seus vários sub tipos. Nem todos subtipos estarão representados pois alguns são raros, com baixa incidência em nosso meio e não tenho imagens de casos com diagnostico confirmado em meu arquivo.

Foi feita uma descrição da morfologia das células leucêmicas no sangue periférico destacando suas características específicas, de modo que o profissional, ao buscar informações na internet, encontre na imagem e sua descrição um auxílio para confirmar ou não sua hipótese diagnóstica. As variações na forma, tamanho, presença de um ou mais nucléolos são características comuns às células leucêmicas, mas a ideia aqui também é mostrar os achados diferentes, as células bizarras, as formas variantes. Vale insistir que o exame do sangue periférico é um dos exames auxiliares para o diagnóstico de uma enfermidade hematológica e apenas cabe ao citologista citar a presença de células imaturas ou anormais e não classificá-las.

Ainda hoje na rotina, usamos a classificação FAB quando nos referimos às leucemias, pois esta nos proporciona uma abordagem morfológica, o que facilita a comunicação dentro do laboratório e entre este e o médico especialista.

As fotografias são descritas dentro deste conceito.

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